
De acordo com Clemente Ganz, no Vermelho, a partir deste ano nenhum trabalhador na Espanha recebe menos de mil euros de salários, que são catorze a cada doze meses. As centrais que já haviam pactuado o valor com os sindicatos patronais agora firmaram com o governo acordo semelhante, estendendo aos demais trabalhadores o piso remuneratório.
Desde 2016, o aumento real acumulado é de 39%, já descontada a inflação de 11,04% no período medida pelo IHPC. Em 2016, o salário mínimo era de 648,60 euros. Os reajustes representaram o acréscimo de 351,40 euros ou 54,4% de aumento.
Ao câmbio recente, o valor médio mensal das catorze parcelas anuais é de R$ 6.450,00, valor próximo ao salário-mínimo calculado pelo Dieese a partir dos preceitos da lei que o instituiu no Brasil (13 parcelas de R$ 5.997,14 ou uma média de R$ 6.663,49, já incorporado o terço de férias).
O salário mínimo no Brasil equivale de R$ 1.342,08, distribuídos por mês do calendário os benefícios citados. 20% do que deveria ser no Brasil e do que efetivamente recebe-se pelo mês trabalhado na Espanha.
A parcela força de trabalho nacional ocupada mas desguarnecida da proteção da CLT não recebe o décimo-terceiro salário nem o terço de férias. Quem não tem ocupação integral encontra-se em situação ainda pior em um República fundada nos valores sociais do trabalho.
Do texto-fonte destaque-se ainda a prioridade espanhola para a negociação setorial, de modo a abarcar prestadores terceirizados nos avanços das categorias contratadas no próprio estabelecimento empresarial.
O Brasil já dobrou os salários em quatro anos. O exemplo espanhol indica ser a hora de repetir o feito, em benefício do bem-estar da nossa gente e do fortalecimento do mercado interno no país. Essa medida, combinada com investimentos públicos, é condição fundamental para a retomada do desenvolvimento nacional.