Não obstante o estancamento econômico que a dependência externa tem causado ao país nos últimos quarenta anos, convém saber a quem aproveita a produção coletiva dos brasileiros.
Em números ainda imprecisos, apenas para se obter uma ordem de grandeza, consideremos a metade da população brasileira como integrante da força de trabalho. Isso significaria que, em média, cada trabalhador produziria uns 6 mil reais mensais. Tendo-se ainda que o salário médio no Brasil está na casa dos R$ 2,4 mil e os serviços públicos lhe podem agregar algo até 25%, deduz que, grosso modo, o trabalho fica com metade da renda que gera no país. Renda que, reitere-se, é muito baixa.
Quem fica com a outra metade? Simples verificar que é uma combinação de capital rentístico com trabalho no estrangeiro, este gerador das importações que o Brasil faz.
Em termos de potencial de recuperação econômica, lembre-se que a China, que tinha um PIB menor que o brasileiro em 1980, e hoje produz, cada um dos centenas de milhões de trabalhador de lá, mais do que se faz no Brasil.
A prolongada crise da economia brasileira, agravada com o governo Jair Bolsonaro e a pandemia de Covid-19, terá impactos de longo prazo para o País. Com a piora das expectativas para o desempenho da economia brasileira em 2021 e 2022, a recuperação do patamar de Produto Interno Bruto (PIB) per capita de 2013 – o mais alto já registrado no Brasil, ainda poderá levar quase uma década.
É o que mostra levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). O PIB per capital – soma de tudo o que país produz dividido pelo número de habitantes – funciona como um termômetro para avaliar o bem-estar e o nível de renda de uma nação, apesar de suas limitações, devido às desigualdades do país.
Em 2020, o PIB despencou 4,1% em 2020, ao passo que o PIB per capita tombou 4,8% – a maior queda já registrada em 25…
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