Folha de São Paulo, 12/09/2021
São os “analistas de mercado”, aqueles profissionais dedicados a encontrar os “cavalos vencedores” para os páreos de especulação financeira, os que revisam seguidamente para pior os índices econômicos para o restante do governo Bolsonaro.
Assim, há algo mais de podre no reino da Dinamarca, um obstáculo a ser vencido se o Brasil quiser de fato seguir a trilha do desenvolvimento: a dependência externa.
Alta da inflação, baixa dos reservatórios de hidrelétricas, real desvalorizado, desemprego resistente. Se o cenário econômico do Brasil neste segundo semestre já seria desafiador para qualquer governante, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) conseguiu deixá-lo ainda mais incerto.
Desde seus discursos com ameaças golpistas, no dia 7 de setembro, aumentou o temor entre os analistas de que a recuperação possa ser mais fraca do que se imaginava e com risco de uma nova recessão. O recuo do presidente nesta quinta-feira (9), em carta na qual diz que não teve intenção de agredir Poderes, trouxe alívio momentâneo ao mercado, que passou para uma posição de maior desconfiança na sexta. Entre economistas, o ceticismo quanto às promessas feitas por Bolsonaro também é expressivo.
“Até quando vamos ter de acreditar nesses recuos? Ele já passou do ponto e depois recuou várias vezes”, diz o professor da UnB (Universidade de Brasília) José Luis Oreiro.
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