Fernando Nogueira traz dois graves aspectos envolvendo as relações financeiras exteriores do Brasil.
Primeiro, a fabricação de superávit comercial com a subvalorização das importações em nada módicos 10 bilhões de reais, uma maneira de fazer -8 virar +2; segundo, um movimento de substituição da autoridade monetária pelo interesse privado na esfera cambial, este oferecendo dólares àquele somente quando o preço estiver bem elevado e comprando no movimento inverso, já que há uma montanha de dólares que ficam no exterior para novas importações, que nem sempre passam pelos controles públicos brasileiros, embora envolvam o nosso comércio internacional.
E há um novo mecanismo de apropriação do dinheiro público: os empréstimos intercompanhia, entre o “bolso” no exterior e o “bolso” no Brasil, com um vai-e-vem de dezenas de bilhões de dólares que meramente se aproveitam das diferenças tão legais como amorais do preço dos reais em relação às moedas estrangeiras.


Alex Ribeiro(Valor,04/05/2021) informa: o Brasil caminhava para registrar o primeiro superávit em conta corrente desde 2007, mas uma revisão nas estatísticas do comércio exterior mostrou que as importações são maiores do que se estimava e o ganho na balança comercial, menor.
A projeção oficial do Banco Central (BC) é de um superávit em conta corrente de US$ 2 bilhões. É quase um número de equilíbrio, mas, de qualquer forma, em terreno positivo. As estimativas da autoridade monetária foram feitas quando o déficit em conta corrente acumulado em 12 meses até fevereiro estava calculado em US$ 6,9 bilhões, ou 0,48% do PIB. Com a revisão estatística, porém, passou a ser de US$ 18,1 bilhões, ou 1,26% do PIB.
Grande parte dessa revisão está ligada à mudança na maneira como a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) calcula as importações. Uma das alterações mais significativas foi feita no chamado Recof…
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