O individualismo e a sociologia da ignorância

Giovana Girardi reuniu dois cientistas em seu artigo “Negacionismo prevalece no País mesmo com piora da pandemia; especialistas explicam por quê”, publicado no Estadão.

Suas fontes conjuminaram fatores contribuintes para que “o negacionismo siga forte e acabe minando os esforços para combater a pandemia de covid-19”, que encerra prematuramente mais de duas mil vidas todos os dias.

Por conceito, explica Girardi, ser negacionista é negar as evidências estabelecidas como consenso pelo conhecimento científico. Por exemplo, “é negacionismo menosprezar a gravidade da doença e achar que não vai matar os jovens, quando cada vez mais jovens estão internados e morrem. E também é negacionismo não confiar na vacina.”

Segundo o psicanalista Christian Dunker, professor da USP, tanto o individualismo como a massificação são campos férteis à negação da realidade. “E o bolsonarismo instrumentaliza isso o tempo todo”, afirma.

Para o sociólogo Renan Leonel, pesquisador na Suíça, “se instaurou um movimento no Brasil que pode ser analisado pela chamada ‘sociologia da ignorância’”. Giovana cita a definição do termo como “produção de desinformação e mecanismos de descrédito da ciência oficial em um ambiente de caos, sem controle, que acabou comprometendo os próprios instrumentos de produção do conhecimento”.

Muitos, conclui a articulista, até acreditam no vírus, mas se arriscam por falta de ação do Estado – no Brasil o negacionismo subiu ao Poder. Esquecem, parte importante deles, que os riscos não são só para si, mas para todos com que convive.

Outros, baladeiros clandestinos, tem dificuldade cognitiva para entender que o Brasil é uma coisa unitária. As coisas não acontecem só distantes de si, “lá em Manaus, mas não aqui”. Contaminam-se e, mais grave, disseminam voluntária e desnecessariamente a doença.

É uma dinâmica social que foi favorecida pela falta de o governo federal forjar uma estratégia nacional. Isso intensificou a fragmentação regional e individualização da responsabilidade de pegar o vírus.

#VacinaSim #VacinaJá

Procuramos sintetizar os tópicos abordados por Giovana Girardi; veja a matéria completa para saber mais.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, conselheiro da Casa do Povo, EngD, CNTU e Aguaviva, membro da direção estadual paulista do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.

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