
No debate promovido pelo FitMetal, dedicamos a primeira parte às lições trazidas por Milton Pomar* que, junto com Elias Jabbour*, tratava do trabalho na China.
Aqui, comecemos por uma história trazida por ambos os geógrafos.
Em 2010 a China promoveu a sua reforma trabalhista. Advogados brasileiros de firma idem lá estabelecidas reuniram-se a Pomar para se queixar que a Lei local era mais protetiva que a brasileira, em relação aos direitos dos trabalhadores. Jabbour complementou que a modificação foi feita em razão das múltiplas greves que pipocaram especialmente no sul da China.
Se os salários já subiam para além da inflação e a produtividade do trabalho, o aprimoramento da regulação laboral tornou menos atrativa a mão-de-obra barata aos olhos do capital estrangeiro.
Como explicou Elias, o socialismo é uma ciência e o Estado chinês a domina, possibilitando a convivência do velho e do novo na medida da utilidade das relações econômicas para o desenvolvimento e o bem-estar dos chineses.
Assim, segundo o professor da UFRJ, um país praticamente composto por analfabetos em 1949 dedicou 40 anos à construção da indústria de base e depois seguiu elevando a taxa de investimentos até uma média superior a 40% nos últimos quinze anos. No tempo mais recente, o esforço foi para transformar mais um bilhão de pessoas em consumidores, sem perder de vista a educação, a pesquisa e a proteção social.
O Estado chinês tem agido, segundo Jabbour, de acordo com as questões concretas que se lhe apresentam. Se hoje o desafio é gerar 13 milhões de novos empregos ao ano, o governo de fato planeja e age: o sistema financeiro é basicamente estatal, regulando as finanças e o crédito e inclusive nos conselhos de administração dos maiores grupos privados há pelo menos um membro indicado pela China.
A este aprendiz da magna aula, ficou uma lição: reduzir salários e outros direitos sociais de quem trabalha só atrapalha, como dizia Henry Ford há um século, a venda dos produtos da própria indústria aos seus empregados!
*Elias Jabbour é Professor da UFRJ e doutor em Geografia e autor de quatro livros sobre a China; Milton Pomar é geógrafo, professor e consultor em Relações Institucionais com o país asiático. O debate pode ser conferido na página da FitMetal.
Reproduzido no Vermelho.
O chinês sempre foi pragmático e sensato. Vai ser breve o 1º na economia mundial.
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É preciso observar quem está interessado em demonizar a China. Trump chama o suposto vírus do Covid 19 de vírus chinês, mas está arma biológica foi desenvolvida no laboratório de Wuhan, financiado pelo próprio Instituto Nacional da Saúde dos EUA.
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