
Em plena ascendência da curva pandêmica já tivemos quatro ministros da Saúde em menos de 30 dias. Dois deles, médicos, sairam porque o chefe insiste em sua promessa de campanha de “uns trinta mil mortos“!
A tese de imunização coletiva, popularmente conhecida como “contaminação do rebanho” tem colhido tristes resultados entre os seguidores de Boris Johnson, especialmente nos EUA, onde protagonistas da tese já pagaram com a própria vida a sua descrença na ciência. E no Brasil, a sabotagem ao isolamento social provinda do próprio presidente da República não tem assegurado vencimento rápido ao inimigo viral.
As projeções* baseadas na evolução pandêmica só tem feito mostrar a elevação e o adiamento do pico da contaminação. Se, com os primeiros dados, estimava-se declínio já em meados deste mês, a realidade aponta para a segunda quinzena de junho o ápice da pandemia.

Há um agravante: os riscos de superlotação de leitos de UTI com respiradores é iminente. A ocupação já marca 95% da disponibilidade, segundo os hospitais. Pode se configurar o terrível dilema de escolher quem vai e quem não vai respirar.

Com a defesa da vida do governador de São Paulo e dos prefeitos dos principais municípios com alta letalidade – sim, uma morte já é mais do que razoável, mas falamos de milhares por milhão de habitantes – parece estar indicando um final do distanciamento físico entre as pessoas mais cedo que a média nacional.
A grave crise sanitária, social, econômica e política pode e vai ser resolvida com a participação de todos e o crescimento do apoio estatal para que as pessoas fiquem o máximo possível em casa. Como será tema para a próxima segunda-feira.
*As projeções foram feitas a partir de dados públicos do Ministério e órgãos infranacionais da Saúde.
Um comentário em “Rebanho contaminado é rebanho saudável?”