VAI PRA CASA, BOLSONARO

A leitura do excelente libelo de Miguel Manso* em defesa da gente brasileira nos faz entender o porquê da sua afirmação “Esperar que Bolsonaro tome as medidas que o bom senso exige está fora da realidade” é tão verdadeira. E porque não podemos esperar mais para salvar vidas.

“É URGENTE COLOCAR O GOVERNO BOLSONARO EM QUARENTENA, PARA QUE O BRASIL E O POVO POSSAM SAIR DA CRISE SALVOS E O QUANTO ANTES!

“NEM SEGUIR NEM IGNORAR BOLSONARO, DERROTAR SUA POLÍTICA DE EXTERMÍNIO, CAOS ECONÔMICO E ATAQUES À DEMOCRACIA E À SOBERANIA DO BRASIL.

“O Brasil já vivia ameaçado pela política de recessão antes da crise do Corona Vírus.

A política de Bolsonaro de perseguição aos direitos do povo, de desmonte do Estado Nacional, de entrega indiscriminada e total de nossas empresas ao capital estrangeiro, de desmonte da indústria nacional em benefício do capital especulativo financeiro internacional, de dilapidação das nossas reservas e nosso meio ambiente, de desemprego em massa e de fragilização e extermínio dos mais frágeis e mais pobres ao invés de promover o crescimento, agravaram a crise.

Os ataques à democracia e o fechamento dos espaços políticos, a promoção de milícias e hordas fascistas, de estímulo à ação ilegal e golpista dos extremistas de direita, de perseguição à imprensa e a montagem de aparatos de controle das comunicações por agências de inteligência estrangeira e seus milhares de robôs e campanhas de mentiras e fakenews, disparadas pelos agentes do gabinete do ódio de Bolsonaro não foram capazes de esconder que a sua política agravava a crise. Guedes estava na corda bamba para sair do governo, pediu mais seis meses, tudo antes da crise do Corona Vírus.

Com o Brasil fragilizado em sua economia antes, a Nação vive agora a letal ameaça de contaminação, com prováveis milhares e milhares de mortes, a pandemia do Corona virus.

A saúde pública, que vinha sendo sucessiva e duramente golpeada pelo governo Bolsonaro, vai ter que dar conta da mais grave crise de epidemia e de saúde pública.

Muito fragilizado e golpeado com o desmonte do programa de médicos de família e a irresponsável e ideológica demissão de milhares de médicos, fechamento na prática de centenas de UBS e UPAS, cortes nos programas de medicamentos da farmácia popular, atraso e restrições nas campanhas de vacinação, abandono, paralisação de obras e de fechamento de leitos em unidades hospitalares públicas para fins de privatizar o sistema de alta complexidade de hospitais, perseguição às universidades públicas e sucessivos cortes aos hospitais-escola, cortes nas bolsas de pesquisa, cortes e desmonte de programas de pesquisa e ciência, arrocho sobre as verbas aos Estados e Municípios para a saúde e congelamento e teto dos gastos públicos, o governo Bolsonaro promoveu o retorno e a disseminação de doenças que já estavam extintas, sob controle ou mitigadas, como a sífilis, tuberculose, pólio, sarampo, difteria e epidemia de dengue, agravando as septicemias hospitalares.

Esse agravamento do atendimento a saúde fez o povo colocar, em todas as pesquisas de opinião realizadas, a saúde pública como o problema número um que os políticos deveriam enfrentar para melhorar a vida.

Agora o SUS, governadores e prefeitos terão que enfrentar essa pandemia e a crise que já havia na saúde com a resistência e insanidade do presidente Bolsonaro em tomar as medidas necessária, terão que enfrentar com menos de 50% dos leitos de UTIs nos hospitais a disposição do SUS e com muitos dos hospitais públicos nas mãos de grupos de medicina privada, atendendo a duas portas, convênios privados e o SUS, politica de privatização que foi implementada para liberar leitos de UTI para os convênios nos hospitais da rede privada.

Com 90% das cidades brasileiras sem um único leito de UTI, terá o SUS que atender extraordinária sobrecarga de milhares e milhares de novos doentes em estado de urgência, extrema urgência respiratória e isolamento, em internação nas poucas UTIs e poucos respiradores, demanda em quantidade muito superior ao que o sistema de saúde está preparado para atender.

Como denunciou recentemente um especialista da USP em saúde pública, o povo está ameaçado de morrer aos milhares nas portas dos hospitais, sem sequer conseguir neles entrar.

Bolsonaro, em sua reunião com os governadores dos estados, ao invés de apoiar as medidas dos governadores, ameaçou confiscar respiradores e equipamentos dos estados para se esquivar de fazer os investimentos e as compras que deveria estar liderando para enfrentar a crise.

É neste dramático quadro nacional e com o centro da crise atingindo duramente a Cidade e o Estado de São Paulo, e também nos demais estados do Sudeste, que abrangem metade da população brasileira, que governadores, prefeitos e congressistas terão de encontrar caminhos para enfrentar esta crise.

É neste terrível cenário que o presidente Bolsonaro vem a público incitar o povo a sair de casa, ignorar as letais consequências da pandemia mundial e promover o alastramento da contaminação e das milhares de mortes.

Como denunciou o presidente da Camara dos Deputados, Rodrigo Maia, é para atender a Bolsa de Valores, isto é, os privilégios de poucos investidores, que vêm se beneficiando há muito do regime de superexploração do trabalho no Brasil e que pressionam o governo para promover a perseguição aos direitos dos trabalhadores. É para garantir os privilégios aos bancos e endinheirados, que não querem que o governo siga o que outros países do mundo estão adotando – medidas de proteção e expansão dos gastos públicos com o povo e as pequenas empresas. Querem evita-las, ao preço de milhares de mortes, para que continuem a ser privilegiados diante da crise econômica que já se alastrava pelo mundo capitalista e que já atingia duramente o Brasil com as políticas de Guedes e Bolsonaro, de dar tudo aos bancos e especuladores em detrimento dos direitos do povo e de quem trabalha e produz.

Não há como seguir o caminho proposto pelo Bolsonaro, não há também como ignorar sua política de extermínio dos mais pobres para atender a ganância sem limites das poucas famílias abastadas e dos seus bilionários fundos de especulação e renda, que especulam sem limites na bolsa de valores.

Bolsonaro prefere apostar tudo no caos, com o arrocho imposto ao povo e o agravamento da crise pelo corona, prefere manter seu ódio ao povo e compromissos com a elite parasitária, tenta descarregar o ônus da crise nas costas do povo, dos prefeitos, dos governadores e da imprensa que não aceita a perseguição e os desmandos.

Campanhas de esclarecimento e de mobilização das forças progressistas não podem passar a ideia de que é possível vencer a crise sem isolar e derrotar tamanha insensatez e desequilíbrio de Bolsonaro.

Cresce a cada dia a consciência de que Bolsonaro é uma ameaça letal.

Ameaça letal não apenas à educação e a saúde, ameaça letal a vida das pessoas ameaçadas pela crise da pandemia do Corona Vírus, ameaça letal pela incapacidade do governo de atender minimamente as necessidades econômicas do povo e da Nação brasileira.

O discurso do ódio e sua tentativa de dividir o povo entre direita e esquerda vai se desmontando, vai crescendo a consciência da necessidade da unidade e da frente mais ampla possível para derrotar seus desmandos e sua incapacidade de governar o Brasil nesta grave crise nacional e internacional.

Os governadores e os presidentes do Poder Legislativo têm aumentado sua força e capacidade de unir a nação contra as aberrações bolsonaristas.

A hora não é de legislar para impedir o governo de prosseguir nesse insano caminho.

A hora é de legislar para salvar vidas, o povo e a atingida e frágil economia nacional.

A hora é de retirar as amarras que impedem os gastos públicos.

A hora é de inverter o danoso caminho de desmonte das políticas de investimento público.

A hora é de legislar para retomar direitos retirados e fortalecer Estados e Municípios em detrimento do poder do governo Bolsonaro. Tudo o que puder ser passado diretamente ao povo e aos Estados e Municípios deve ser feito, sem passar pelo governo federal.

Em entrevista, o Presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia insistiu no caminho de negociar com o Presidente um pacote geral de medidas. Pede Maia que o Presidente lidere a construção do pacote de medidas. Pede a pactuação dos três Poderes. A intenção é boa, mas sabemos que também o convite feito pela generosidade e correta atitude dos governadores para que Bolsonaro se some a esse esforço não será por ele atendido, como ficou claro em suas inúmeras recentes manifestações.

Estão dadas as condições para que o Congresso Nacional, com o apoio dos governadores, dos prefeitos e da imensa maioria do povo brasileiro, assuma a liderança das medidas necessárias ao enfrentamento e mitigação desta grave crise de saúde pública e suas consequências na economia.

Temos pouco tempo para esperar por uma mudança de atitude do governo.

Apesar do esforço destas lideranças de deixar as divergências de lado, a intransigência de Bolsonaro não será vencida com palavras. É preciso agir no sentido de proteger o povo e salvar vidas. É preciso tomar medidas que protejam a economia nacional o máximo possível, sem colocar em risco a vida dos brasileiros.

Mais do que discursos a hora é de legislar e colocar em quarentena o governo Bolsonaro, para que o povo e a economia possam sair da quarentena o quanto antes e com o mínimo de perdas em vidas e perdas materiais para o povo e a grande maioria dos que trabalham e dos produtores brasileiros.

Quanto antes mandarmos o governo Bolsonaro para a quarentena política, mais cedo a Nação se libertará das consequências das mortes da pandemia, da crise econômica, do desemprego e da ruína que ameaça milhares de empresas e trabalhadores.

Esperar que Bolsonaro tome as medidas que o bom senso exige está fora da realidade.

Acuado pela realidade e pela pressão política da sociedade, diante da crise e seus efeitos, Bolsonaro só faz regredir mais em sua sanidade e louca histeria.

As recentes declarações de Mourão e do comandante do Exército são um bom sinal de que os governadores e o congresso nacional podem avançar nas medidas saneadoras da crise.

Bolsonaro vai espernear, mas podemos buscar o isolamento do seu destempero e avançar nas medidas que o Brasil precisa.

Colocar o governo Bolsonaro em quarentena para tirar o Brasil dela o quanto antes.”

Miguel Manso

* Miguel Manso é engenheiro eletricista pela EESC-USP, vice-presidente estadual e membro da Comissão Política Nacional do PCdoB. Autor de O jogo não é para amadores.

Leitura complementar sobre a “política de extermínio dos mais pobres”: Eugenia ao Cubo.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, conselheiro da Casa do Povo, EngD, CNTU e Aguaviva, membro da direção estadual paulista do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.

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