
Uma das atrações dos filmes e séries televisivas é a identidade do espectador da obra com o que é mostrado na tela. Assim, todos os que já cruzaram os céus em seus deslocamentos entre os recantos desta Terra – ou sonham faze-lo – hão de apreciar a produção da HBO que conta a história de Alberto Santos-Dumont.
Em seis capítulo, a produção nacional bilíngue, dirigida por Fernando Ciavatta, mostra uma rara combinação de sagacidade, resiliência e generosidade no garoto da roça cafeeira ribeirão-pretana que ganhou os ares franceses pela primeira vez na história.
Fascinado por engenhos desde muito jovem e determinado a realizar a lenda de Ícaro, moveu-se a Paris para aprender balonismo, criar o dirigível, dar-lhe condutibilidade e, a partir daí, voar precisos 232 metros com o famoso 14-Bis.
Nada fez sozinho e tudo legou à Humanidade. A série mostra como Santos absorveu e compartilhou conhecimentos dos aeronautas de então, que elegeram o Campo de Bagatelle como ponto de arremetida e pouso dos mais-pesados-que-o-ar, ou simplesmente aviões. Tudo sob a diligente observação das autoridades aeronáuticas francesas.
O sucesso não lhe fez descansar sob os louros. O brasileiro, como era referenciado nos meios aeronáuticos, ainda criou o Demoiselle, a base do monomotor que permitiu a primeira travessia sobre o Canal da Mancha.
Seus prêmios em dinheiro sempre foram legados aos operários da incipiente indústria da aviação. Patentes? Nenhuma. Em entrevista após seu último invento, pediu ao repórter que publicasse o projeto para uso a quem dele pudesse fazer proveito.
Para a história, a materialização do sonho de dar asas à Humanidade.
Um legado inspirador para todos nós.
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