
É considerado o dia 22 de Janeiro de 1532 a data fundacional da primeira cidade do Brasil, a caiçara São Vicente. Mas o próprio Instituto Histórico e Geográfico local traz antecedentes à chegada de Martim Afonso de Souza à capitânia.
Como resume o São Vicente Alternativa:
BACHAREL MESTRE COSME FERNANDES foi um dos primeiros povoadores de São Vicente. Discutido demais por historiadores sobre sua identidade. Sabe-se que era português, degredado ou náufrago, desde 1501. Quando Martim Afonso aqui chegou, o expulsou da vila vicentina para Cananeia, local determinado para seu degredo.
Sabe-se que morreu em Iguape, deixando herdeiros. É atribuído a ele a fundação de Iguape, Cananeia e é o verdadeiro fundador da Vila de São Vicente.
Acredita-se que Cosme tenha vindo para o Brasil em 1501, na armada de Américo Vespúcio ou em 1502 na expedição de Gonçalo Coelho. Segundo outros, Cosme teria vindo para o Brasil ainda antes de 1500, em uma expedição portuguesa não oficial, comandada por Bartholomeu Dias.
Veio como degredado, acusado de um crime político (ou, talvez por perseguição religiosa – Cosme era judeu), e foi deixado em Cananeia para cumprir sua pena. Segundo o registro existente no Livro dos Degredos, seu destino era 25 graus de “ladeza”, na costa do Brasil, o que coincidia com a extremidade sul da Ilha do Meio, onde nasceu o primeiro povoado da futura capitania, denominado Maratayama.
Segundo a tradição, Cosme viveu em Cananéia desde 1502. Seu cognome foi dado ao “Porto de Bacharel”, até hoje existente naquela enseada. Cosme logo assumiu a liderança entre os degredados portugueses, conquistou os indígenas regionais, teve muitas mulheres nativas e gerou numerosos filhos. Extremamente violento com os inimigos, Cosme percebeu que o terror era o meio mais eficaz para subjugar os nativos.
Praticamente sem oposição, Cosme fortaleceu-se a tal ponto que, por volta de 1510, invadiu e assumiu controle da feitoria portuguesa de São Vicente, onde ergueu um forte, construiu um estaleiro (no rio Japuí) e instalou um porto (junto à Ponta da Praia, no estuário do rio São Vicente) para o tráfico de escravos nativos, com capacidade de fornecer mão de obra a todos os interessados europeus a seu alcance. Além disso, abastecia com víveres e suprimentos os navios europeus que por ali passavam rumo ao Rio da Prata.
Seis anos depois, em 1516, São Vicente já era um promissor povoado, com moradias e ruas organizadas, com comércios de variedades, além do seu famoso viveiro de escravos.
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