É boa notícia que as pessoas estão vivendo mais! Mas, para mantê-las saudáveis, é preciso que a economia se torne tão mais produtiva como distributiva, vez que menos pessoas terão que satisfazer o conjunto das necessidades da espécie.



Alexandre Kalache, médico gerontólogo, é presidente do Centro Internacional da Longevidade e ex-diretor do Departamento de Envelhecimento e Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS). Compartillho seu artigo (FSP, 13/11/22) abaixo.
Em 1965 entrei para a faculdade de medicina. A população mundial mal passava de 3 bilhões; a do Brasil, 83 milhões. As taxas de natalidade eram altas, e a grandepreocupação era com a superpopulação. Prevalecia a teoria neomalthusiana, de incentivo ao uso de métodos contraceptivos e o controle do crescimento populacional com influência do Estado. Do contrário, omundo não teria capacidade de produzir alimentospara tanta gente.
Rios de dinheiro de fundações americanas chegavam para deter o “desenfreado crescimento da população”. De envelhecimento populacional ninguém falava. A proporção dos 60+ no mundo era de 4,2. No Brasil, idosos eram apenas 2,8% da população, enquanto 21,4% eram crianças abaixo de 15 anos.
Ao longo das décadas que…
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