As transformações no BNDES

O Brazil Journal, criado por Geraldo Samor, é uma publicação eletrônica orientada ao dirigente empresarial “que faz o PIB”. Na edição de 21.6.2022, traz matéria de Lourenço Tigre, diretor financeiro (CFO, sigla em inglês) do BNDES, por ocasião do 70º aniversário do Banco de Desenvolvimento.

O autor se propõe a responder algumas questões, destacadamente “como o banco pode atuar como indutor do crescimento, destravando o PIB potencial?”

Tigre explica que a nova orientação da instituição financeira é se tornar uma fábrica de projetos, passíveis de futuro financiamento pelo banco. Hoje a carteira conta com 195, dos quais 28 já entregues.

Para não depender de recursos do Tesouro, o BNDES realiza um programa de desinvestimento, desfazendo-se de participações acionárias que detinha em várias empresas. Até o momento, enfatiza o diretor, o caixa foi reforçado em R$ 85 bilhões, e deve crescer com a sequência das operações sobre a carteira remanescente de R$ 70 bilhões.

Desse montante, no entanto, somente R$ 10 bilhões já estão no fundo de investimentos, que pode crescer ainda mais 4 vezes. Na ponta, assegura Tigre, o efeito multiplicador elevaria a R$ 150 bilhões o impacto da medida.

Tudo muito bem, até o relato do “caso de sucesso” da Fábrica desenvolvimentista: “a privatização da Eletrobrás […] cria a maior empresa privada de energia renovável do mundo”!

Já tratamos da desintegração do sistema elétrico e do preço aviltado praticado no leilão. Resta dizer que a citada “alavanca fundamental, inédita e histórica para o crescimento do Brasil” não acrescentou, no caso destacado, um megawatt qualquer à matriz energética brasileira, apenas transferiu a propriedade de algo que já estava pronto e operante, construído com o concurso de gerações de brasileiros.

Ao informativo, Lourenço Tigre apresentou também os novos produtos financeiros desenvolvidos pelo banco estatal.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, diretor do Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo e da Engenharia pela Democracia, conselheiro da Casa do Povo, Sinal, CNTU e Aguaviva, membro do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.

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