É de humanidade toda criança ter igual direito à uma vida produtiva no futuro. Como não escolhe, ao nascer, aonde ou com quem vai morar, cabe ao Estado complementar a família no atendimento às suas necessidades individuais, que são diferentes para cada ser.
Atendimento que vai além da educação escolar e inclui até mesmo as condições para que todas as famílias possam lhe dar a atenção necessária e lhe apresente, ainda que o infante não tenha consciência disso, oportunidades de realização do seu potencial no futuro.
Só assim o futuro jovem poderá aportar à sociedade segundo a sua capacidade.

Lucianne Carneiro (Valor, 18/08/21) informa: os pais e responsáveis das atuais crianças e jovens pobres no Brasil ainda têm grau de instrução limitado, o que compromete o futuro dessa geração e aumenta os riscos de perpetuação da pobreza. Mais da metade (56%) das crianças e jovens pobres viviam em 2019 com responsáveis sem ensino fundamental completo.
A falta de pais com ensino médio completo na família era ainda mais crítica: se dava em três quartos (76%) desse grupo. Um quinto (19,1%) das crianças e adolescentes pobres estava em famílias em que o adulto tinha menos de quatro anos de estudo. Já o percentual vivendo com responsáveis analfabetos era de 12,5%.
Os números são de estudo exclusivo do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS), que mostra que, apesar de melhora em anos recentes, a parcela de crianças e jovens pobres em lares com responsáveis com baixa escolaridade ainda é elevada.
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