O chamado de Fernando Nogueira da Costa faz lembrar Geraldo Vandré: a certeza na frente, a história na mão. Os resultados espetaculares que o Brasil já alcançou só reforçam a recomendação que faz o economista e professor da Unicamp pela flexibilização e mesmo a superação do famoso tripé neoliberal dos últimos quarenta anos, que levou o Brasil à condição de fornecedor de lucro fácil para o capital financeiro.
Quando a desocupação marca o recorde de 14,4%, a flutuação do câmbio favorece a entrada e saída de capital meramente especulativo e o PIB de 2020 promete fazer muitas vítimas ao “assassino econômico”, é sempre oportuno o resgate da lembrança de que a “renda per capita do brasileiro dobrou entre 1900 e 1940, e quintuplicou entre 1940 e 1980”.
E depois?
Carlos Luque é professor da FEA- USP e presidente da Fipe. Simão Silber é professor da FEA-USP. Francisco Vidal Luna é professor da FEA aposentado. Roberto Zagha foi professor assistente na FEA-USP nos anos 1970 e no Banco Mundial a partir de 1980, onde encerrou a carreira em 2012 como Secretário da Comissão sobre o Crescimento e o Desenvolvimento, e diretor para a Índia. Como habitual, publicaram um artigo desenvolvimentista (Valor, 14/10/2020). Foge à regra neoliberal do jornal.
“O Brasil custou a crescer. Da chegada dos portugueses até o começo do século 20 a renda per capita do brasileiro estagnou. Explorava-se pau-brasil, plantava-se açúcar ou café, descobria-se ouro ou diamantes, traziam-se milhões de escravos, acabava- se com a escravidão, abria-se o país à imigração e a renda per capita mal se mexia.
Entre o final do século XIX e início do século XX, chegou a noção de ordem, progresso e…
Ver o post original 902 mais palavras