
O, nesse caso, insuspeito Valor Econômico tabulou respostas de 600 brasileiros que, há dez dias, disseram que votariam em Bolsonaro se eleições estivessem ocorrendo no dia da pesquisa. A maioria declarou que está mais rica do que já esteve no passado
Muito do que se sente ao ver imagens na imprensa foi confirmado. Querem mais armas, menos isolamento social, tem pouco apreço por minorias, não gostam nem dos parlamentares nem dos Ministros do Supremo. Quase todos avaliam como bom o combate à corrupção, embora muitos se ressintam da saída de Sérgio Moro do governo. Mas cerca de 150 deles acham que familiares do Presidente de fato estão envolvidos em desvios de propósito.
Se assim foi constatado, por que então tão pouca gente foi à Esplanada neste domingo?

Bem, é significativa a maioria que rejeita um golpe militar no Brasil, defende o Estado laico e, de forma ainda mais ampla, apoia as manifestações pela democracia, organizada pela ampla frente que vai se formando no país.

Uma luz na escuridão terraplanista, que se confirma pela conduta antirracista de dois em cada três entrevistados.
A quase unanimidade ao rigor da ação policial certamente fez aplaudir a multa aplicada pelo guarda santista ao Desembargador de Justiça que desafiava a Lei e a Ordem ao circular desmascarado, como costuma se apresentar o Presidente da República, colocando a si e a todos em risco de vida.
O Valor não informou quantas pessoas foram entrevistadas para extrair a amostra, mas os crescentes rejeição popular e isolamento político, somados ao apelo ao “centrão” por uma sobrevida enquanto passamos das oitenta mil mortes, faz imaginar que foram várias e várias milhares.
