
Mariângela Duarte completou ontem a sua produtiva vida. Professora, vereadora, deputada estadual, deputada federal, secretária de Educação, mulher dedicada não só aos seus filhos e netos, mas à toda gente que dela precisasse.
Os caminhos da vida nos fizeram vizinhos há poucos anos, na cidade de Santos.
Assim, eu a conheci na orla da Aparecida. Estávamos eu e Daro Piffer em campanha deste a deputado federal quando ela passeava com seu cachorro e recolheu um dos folhetos que distribuíamos. No retorno, parou para conversar e puxar assunto, interessada na proposta de um Sistema Financeiro Cidadão que apresentávamos aos eleitores santistas. Suas palavras de incentivo ao debate na Câmara Federal e o pedido de votos a vários dos passantes, vários deles ex-eleitores de Mariângela, deixaram uma primeira marca.
Como um é pouco, houve uma segunda vez: em outubro último havíamos recém saído de casa com João Vicente Goulart, que visitava a cidade para receber o título de cidadão santista conferido a seu pai, o ex-presidente do Brasil. Um documento faltante para a entrevista no Diário do Litoral nos fez retornar à origem. Subi eu ao apartamento enquanto João e Guilherme Cruz aguardavam em frente ao prédio. Quando retorno, vejo-os em roda com Mariângela, que justo naquele dia e horário resolveu mudar o trajeto da sua caminhada diária. A conversa, por óbvio, girava em torno da obra de Jango, que ela muito ilustrou.
Teria, sem dúvida, muito apreciado uma terceira, quarta, quinta e enésima oportunidade de estar com Mariângela Duarte, cuja obra apenas comecei a conhecer. Mas a sensação que tive nessa breve convivência que a ela lhe veste bem o Hino de Santos: filha na história da ilha encantada.
Em sua homenagem a Prefeitura decretou luto oficial de três dias. E a imprensa lhe dedicou destaque em suas páginas. Mas foi a mensagem de Aline Cabral, presidente do Centro dos Estudantes de Santos, que melhor sintetizou nossos sentimentos: sua luta será lembrada e eternizada.
Viva Mariângela Duarte!