Respirar, não atirar

Enquanto ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República parece competir a contaminação de manifestantes que se aglomeram sob os seus espirros, há gente de bem que não mede esforços para salvar vidas.

A China, como é de conhecimento público, está vendendo respiradores, equipamento fundamental no tratamento da Covid-19 que, segundo os médicos, afeta gravemente a capacidade respiratória dos doentes. Para salvar vidas, precisamos deles para além do que estamos fabricando em solo pátrio.

Nos negócios internacionais, a turma da “farinha pouca” e “dinheiro muito” não se inibiu de atravessar negócios e ficar com as cargas disponíveis. Eles precisam, mas nós também.

E eis que a Receita Federal abre processo “por ilegalidade” contra governantes que conseguiram instalar mais leitos para o tratamento dos brasileiros infectados!

Não se trata de verificar os impostos das balas desperdiçadas pelos amigos de Carlos Bolsonaro, mas de, como se dizia do crime fácil, tirar o ar da boca do paciente!

Lembro de um caso que acompanhei na Justiça Militar da União sobre um pente de 6 balas desaparecido da guarda de um sargento. Custava uns cento e tantos reais. Fui ao Juiz perguntar o porque do processo, mais caro que as balas perdidas, e aprendi: além da disciplina, é importante saber que seis balas podem significar o fim de seis vidas. Já cada um dos respiradores…

Se os recursos do procedimento investigatório fossem usados para salvar uma vida mais que fosse, seria salva a humanidade.

Os 107 equipamentos hospitalares sob investigação federal foram, ao lado de dezenas de milhares de máscaras, doados por empresas privadas sediadas no Maranhão ao governo do seu Estado.

Até a tarde de 21 de Abril, segundo o Ministério da Saúde, já se perderam 2.741 vidas no país, cada uma delas muito importante para todos nós brasileiros. Fique em casa!

Reproduzido na Hora do Povo.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, conselheiro da Casa do Povo, EngD, CNTU e Aguaviva, membro da direção estadual paulista do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.

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