Enquanto a operação Greenfield encontra-se em marcha lenta, em razão do foro privilegiado de um dos investigados, o Ministro da Economia Paulo Guedes reclama à imprensa de possível mobilização dos servidores públicos por reajuste salarial.
O gráfico ao lado é ilustrativo das perdas salariais dos servidores especializados da União. Quando se fala em médicos, professores e carreiras de apoio, a situação é ainda pior, pois sequer receberam as duas parcelas mais recentes de insuficiente reposição inflacionária.

É algo como trabalhar dois meses por ano sem qualquer salário.
Alguns têm dito que os responsáveis pelas políticas fiscal e monetária, a segurança pública e de nossas fronteiras, a Justiça e o Parlamento, ganham demasiado e, ainda por cima, têm estabilidade. Pois são exatamente salários adequados e proteção contra a demissão imotivada que lhes permitem exercer sua função de Estado no interesse da sociedade. Do contrário, a pressão política poderia desviar suas ações por caminhos malquistos.
Por que então se quer reduzir os salários dos servidores e o próprio quantitativo de cargos no serviço público?
O desmonte do Estado só fará diminuir a fiscalização sobre o particular que atende ao grande público e a oferta de serviços que por direito constitucional todo cidadão pode usar.

Se a montanha de dinheiro público hoje separada para a renda financeira fosse mais bem distribuída entre salários e insumos, a sociedade seria mais bem servida e rumaria a um equilíbrio provedor de paz social.
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