Como a carestia derruba governos

Jeferson Miola apresenta, no artigo abaixo, uma resenha do artigo da professora alemã da Universidade de Massachusetts, Isabela M. Weber, “Os governos que sobreviveram à inflação”. Por exemplo, Obrador no México e Sánches, na Espanha, vistos nos seus países como “salvadores em tempos de crise”.

Em tempos recentes, governistas dos EUA, Reino Unido, Japão e Índia não fizeram seus sucessores por seu comportamento ruim, diante da alta dos preços, atrelado aos princípios do neoliberalismo.

Após a análise, Miola opina sobre a atualidade brasileira:

No Brasil, o governo Lula enfrenta o mais baixo nível de aprovação popular, realidade derivada da percepção da população sobre o alto custo de vida. O resultado exitoso do aumento da massa de renda vinculada ao trabalho acaba neutralizado pelo efeito deletério da carestia.

O governo Lula aposta na contenção do dólar e na safra deste ano, que se anuncia recorde. No entanto, os ministros do governo escapam da discussão de outras medidas adicionais, de recorte heterodoxo, para não melindrar o mercado e seus dogmas ultraliberais.

Há um fator igualmente importante para o sucesso dos governos: o crescimento do Produto Interno Bruto, o PIB. Os dois governos da atual fase republicana no Brasil tiveram mandato abreviado por uma causa comum, além de um muito discreto desvio da conduta impecável, segundo os respectivos processos de impedimento. Com Collor, o PIB retrocedeu 4,5% em um ano; com Dilma, a queda foi maior que 3% em cada um dos seus dois últimos exercícios de governo.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, diretor do Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo e da Engenharia pela Democracia, conselheiro da Casa do Povo, Sinal, CNTU e Aguaviva, membro do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.

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