Em países como o Brasil, pessoas jurídicas também podem ser alvo de discriminação por nacionalidade. Parece haver favorecimento de capitais externos no controle das grandes empresas constituídas em solo brasileiro. Um tema correlato, mas distinto do artigo brindado pelo professor Fernando Nogueira.

Simon Kuper (FT, 28/07/22) resenhou um novo livro, “Inside Qatar”, o antropólogo John McManus pede a um barista nepalês em Doha para explicar a hierarquia do país no Golfo Pérsico: “Quem está no topo?”, pergunta o escritor. “Os qatarianos, é claro”, responde o barista. “Em segundo, os países europeus e os Estados Unidos. Em terceiro, outros países árabes e nacionalidades.” E embaixo? “Sempre Nepal, Índia, Sri Lanka.” Um escalão pode ter ficado faltando, como McManus sugere: “Todos os guardas de segurança são africanos negros”.
Temos familiaridade com as noções de discriminação de raça e de gênero, mas o que está sendo descrito aqui é uma discriminação pela nacionalidade. Ela se manifesta de sua forma mais crua e descarada no Qatar, em parte porque pessoas do mundo inteiro confluem para o país. Mas ela existe em todas as cidades globais e ambientes de trabalho internacionais. Há uma…
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