
A mãe judia e o mistério da colher de prata
Henry Goldberg estava dividindo apartamento com uma moça e convidou a mãe para jantar.
Durante toda a noite Dª Frida não pôde deixar de notar como Deborah, a colega do filho, era simpática e bonita.
Há muito ela desconfiava que a relação entre os dois não era só de amizade, e como toda mãe judia estava empenhada em conseguir uma boa esposa para ele.
O olhar da mãe não deixava dúvidas, e na despedida, lendo o pensamento dela, Henry sorriu e disse:
– “Eu sei o que você está pensando, mãe, mas eu te asseguro que Debbie e eu somos apenas colegas de apartamento”.
Uma semana depois, Deborah disse a Henry:
– “Desde que tua mãe veio jantar aqui, eu não consigo encontrar aquela colher de prata que ganhei da minha avó. Você não acha que ela pegou, né?”
– “Bem, eu duvido, mas vou escrever para ela só para ter certeza” – Henry respondeu.
Então ele sentou e escreveu:
– “Querida mãe, não estou sugerindo que você ‘pegou’ uma colher de prata quando esteve aqui no apartamento, mas também não estou dizendo que você ‘não pegou’. Mas a verdade é que ela sumiu depois que você veio jantar aqui. Um beijo do filho que te ama”.
Dias depois Henry recebeu a resposta:
– “Querido filho, não estou sugerindo que você ‘dorme’ com a Deborah, mas também não estou dizendo que você ‘não dorme’ com a Deborah. Mas a verdade é que se ela estivesse dormindo em sua própria cama, ela já teria encontrado a colher de prata. Com amor, Mamãe”.
No Blog do Guelmann, Gerson reúne extensa coleção de sabedoria e fino humor de origem judaica, que se consagraram como peças universais ao longo da história.
A charge inicial das “Olimpíadas Judaicas” vem do poliglota Humor Judaico lisboeta.
Mais anedotas em humor e tecnologia.
Benny Goldman e o casamento real
do HojePR apud Gerson Guelmann
Benny Goldman, um próspero judeu londrino, tinha casado quatro de seus filhos, mas conseguir uma noiva para o quinto estava se tornando um desafio.
O jovem Solomon, além de muito feio, não tinha nenhuma virtude visível que o tornasse um marido desejável.
Na verdade o caçula da família não tinha charme, inteligência, boas maneiras e nem mesmo sabia conversar direito; resumindo, não possuía nenhum atributo que pudesse compensar sua pobre aparência.
Para o pai, no entanto, era impensável que Solomon permanecesse solteiro.
Em desespero, Benny foi procurar Chaim, o casamenteiro judeu, que após ouvir as desventuras contadas pelo pai, disse:
– “Eu tenho a menina para Solomon: a filha da princesa Anne, Zara.”
Benny pensou ter ouvido errado e perguntou:
– “Quem?”
E Chaim confirmou:
– “Ela mesma, Zara Philips, a neta da rainha da Inglaterra.”
A primeira reação de Benny foi essa:
– “Você está maluco? Uma não judia?”
O casamenteiro suspirou:
– “São outros tempos, Benny! O que há de errado com uma bela menina não judia? Ela vem de uma boa família, com muito pouco antissemitismo – eles lutaram contra Hitler, lembre-se. Eles têm excelentes conexões sociais, são ricos e a princesa é uma verdadeira beleza! Olha, eu vou escrever os nomes juntos.”
Dito isso, Chaim pegou um cartão e escreveu com letras floreadas, como se estivesse preparando um convite de casamento:
– “Solomon Goldman & Princesa Zara Phillips.”
Quando viu aquilo, Benny achou que juntos os nomes ficavam muito bem, mas fez uma observação:
– “Parece bom, mas também tenho que considerar a tia Sarah. Ela é muito religiosa e se descobrir que o Solomon vai se casar uma não judia, é capaz de se matar!
Decidiram então visitar a tia.
Durante várias horas, o casamenteiro implorou, argumentou, e finalmente fez com que ela mudasse de ideia.
Já convencida e com lágrimas nos olhos, a tia Sarah disse:
– “Bem, talvez você esteja certo e eu não devesse ser tão antiquada. Se a menina é realmente de uma boa família, se ela fizer Solomon feliz e e se as crianças forem educadas como judeus, não vou me opor.
E, conformada, finalizou:
– Não preciso frequentar o palácio depois do casamento e sempre posso mudar meu sobrenome para não passar vergonha.”
Ainda que a solução não fosse exatamente a que queria, quando saíram da casa da tia Sarah o casamenteiro estava muito feliz.
Entrando no carro com Benny, ele pegou o cartão onde havia escrito os nomes dos noivos e fez uma marca no nome “Solomon Goldman”, como se estivesse assinalando o término de uma tarefa.
Em seguida, virando-se para o pai do noivo, Chaim disse, com um suspiro enorme de alívio:
– “Metade da encomenda está pronta!”