
Pesquisador Michael German alerta que crescimento dos grupos neonazistas ocorreu após a eleição do presidente Jair Bolsonaro.
A Operação Bergon, ação conjunta entre a Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prendeu nesta quinta-feira (16) quatro membros de grupos neonazistas que disseminava ódio contra negros e judeus em redes sociais. Os integrantes conversaram até sobre a compra de armas e ataques em festas de final de ano.
A operação prendeu quatro pessoas e cumpriu 31 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A investigação sobre a existência de células neonazistas no Rio começou após o atentado à uma creche em Santa Catarina e as apreensões de celulares de suspeitos de conexão com o crime, em maio.
De acordo com a Polícia Civil, um dos alvos da Operação tinha armamento e planos para cometer um ataque em festas de final de ano em São Paulo.
Neonazistas crescem sob Bolsonaro
Segundo o, coordenador do núcleo de Estudos Judaicos da UFRJ, Michel Gherman, grupos neonazistas tem crescido cada vez mais no sudeste do Brasil. De acordo com o pesquisador esse número pode chegar a milhares no país.
“O Brasil é o país que teve o maior crescimento de neonazistas no mundo entre 2018 e 2021. É um crescimento fora de série, que marca uma tensão de entender o que está acontecendo. Esse crescimento neste período específico se dá a partir de alguma coisa que acontece e o que aconteceu foi a eleição do presidente Jair Messias Bolsonaro. Esse grupos no Rio, estima-se que sejam entre dezenas e centenas”, disse Gherman em entrevista ao jornal ‘O Dia’.
Para o pesquisador, grupos neonazistas se sentem encorajados a partir do discurso de intolerância.
“A primeira questão, na verdade, é que grupos neonazistas se sentem à vontade a partir de uma inspiração do governo. (…) O número de adeptos tem crescido mais que o número de grupos, o que também é muito perigoso. Eles estão deixando de ser grupos divididos e passando por um processo de unificação, o que os deixa ainda mais forte”, alertou. (+325 palavras, Hora do Povo)