Bolsonaro envergonha o Brasil diante do mundo

Em discurso na ONU, mentiu em quase todos os temas tratados, desde redução do desmatamento da Amazônia, passando pela “ausência” de corrupção em seu governo até um fantasioso crescimento “espetacular” do Brasil

O discurso de Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (21), foi a continuidade dos vexames dados por ele na véspera em Nova Iorque. Chamado de genocida e assassino na ruas da cidade, ele mostrou no discurso por que o mundo e a grande maioria dos brasileiros chegaram a essa conclusão sobre ele.

Sua sabotagem aos imunizantes e às medidas sanitárias foi responsável por centenas de milhares de mortes por Covid-19 que poderiam ter sido evitadas.

Ele foi explícito em seu desprezo pela imunização dos brasileiros. “Apoiamos a vacinação, contudo o nosso governo tem se posicionado contrário ao passaporte sanitário ou a qualquer obrigação relacionada a vacina”, disse ele. Ou seja, se dependesse apenas dele, os brasileiros não teriam sido vacinados. Todas as medidas sanitárias tomadas pelos governadores e prefeitos, como uso de máscaras, distanciamento social e vacinação foram criticadas por ele.

Mentiu cinicamente também sobre a ausência de corrupção em seu governo. “Estamos há 2 anos e 8 meses sem qualquer caso concreto de corrupção”, disse ele. Ao contrário de sua fala, não se tratou de outra coisa no país durante todo esse ano que não dos escândalos de corrupção na compra de vacinas.

A CPI da Covid desbaratou uma verdadeira quadrilha agindo no Ministério da Saúde. As propinas eram de “um dólar por dose”. Isso sem falar nas rachadinhas milionárias da família e no “orçamento secreto”, criado por Bolsonaro, para viabilizar compras superfaturadas de seus apaniguados sem nenhum controle.

Disse que está até diminuindo o desmatamento da Amazônia. Citou o mês de agosto como referência. Mais uma mentira. Nos oito primeiros meses de 2021, o índice de desmatamento na Amazônia é de 8,2% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, de acordo com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Bolsonaro falou em crescimento econômico quando o país está na rota da estagflação, segundo vários economistas. Ou seja, o país está em estagnação econômica com disparada da inflação. Esta é a triste realidade, escondida pelo presidente em seu discurso. Bolsonaro disse que o Brasil vai crescer 5% em 2021, mas se esqueceu de dizer que ele caiu 4,1% no ano anterior. As projeções para 2022 de todos os especialistas já estão abaixo de 1%, enquanto a inflação já se aproxima rapidamente dos dois dígitos. Mas, Bolsonaro, mentiroso contumaz, cinicamente diz que seu governo cria “um dos melhores destinos para investimentos”.

Depois reclama quando é xingado e chamado de mentiroso nas ruas. (+345 palavras, Hora do Povo)

O mundo todo acompanhou a triste sina do único presidente a comer na rua, por não comprovar ter sido vacinado, conforme as exigências sanitárias do país em que a ONU tem sua sede.

Mas o mais vergonhoso talvez tenha sido o próprio “Ministro da Saúde”, aquele do gesto urológico, testar positivo durante a realização da assembleia de líderes globais, teste que a delegação toda deveria ter feito em território nacional, antes da viagem. Além de levar na bagagem os comprovantes da vacina, é claro.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, conselheiro da Casa do Povo, EngD, CNTU e Aguaviva, membro da direção estadual paulista do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.

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