Carlos Alberto Pereira, na Hora do Povo
Depois de postergar por quatro meses, em plena expansão catastrófica da pandemia, Guedes fez a chantagem de adiar de julho para janeiro de 2022 o início do pagamento do Abono Salarial – um salário mínimo que todo trabalhador que ganha até dois mínimos tem direito -, condicionando a renovação do Benefício Emergencial de Preservação de Emprego e Renda (BEm) ao adiamento daquele benefício.
O Programa de Benefício Emergencial garantiu, em 2020, contrapartida proporcional de até R$ 1.800,00 para a suspensão dos contratos e redução da jornada de trabalho. A medida permitiu a concretização de 20 milhões de acordos, tirando da guilhotina o emprego de 10 milhões de trabalhadores, livrando da falência um milhão e meio de micros, pequenas e médias empresas e garantindo a estabilidade por igual período depois do término do acordo. Custo R$ 32 bilhões. Os números foram apresentados pelo Ministério da Economia.
Na semana passada, as Centrais Sindicais assinaram nota no mesmo sentido: “Diante do agravamento da pandemia, se faz urgente recriar o benefício aos trabalhadores com objetivo de evitar uma nova onda de demissões”.
Segundo Adilson [Araújo, da CTB], “o Congresso norte-americano aprovou 1,9 trilhão de dólares em investimento público para infraestrutura, tecnologia e a metade para auxílio desemprego e auxílio emergencial para as famílias e no mesmo sentido, vimos o Reino Unido liberar 6,5 milhões de Libras”. E concluiu:
O Brasil deve seguir neste caminho. Precisam parar com essa sacanagem de a toda hora ficar metendo a mão no bolso do trabalhador.
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