
Marco Antonio Campanela, na Hora do Povo
Como muito se tem dito, o Brasil precisa de vacina e o Congresso de faxina. De senador que oculta dinheiro sob as roupas íntimas a deputada que ostenta tornezeleira, acusada de matar o marido e promover orgias domésticas, revela-se agora um outro eleito a perder a liberdade – e prestes a perder a legenda e o mandato -, desta vez por afrontar elementares princípios democráticos e mostrar pouca capacidade de viver em sociedade.
A prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) foi apenas a gota d’água de um processo de denúncias caluniosas, ameaças e infrações cometidas contra o Supremo Tribunal Federal (STF), no qual não coube ao ministro Alexandre de Moraes outra decisão senão, nos autos do Inquérito 4781 – que apura as notícias fraudulentas (fake news) -, determinar a sua prisão em razão do conteúdo do vídeo divulgado pelas redes sociais pelo parlamentar.
Em sua decisão, afirmou o ministro:
“o referido deputado durante 19m9s, além de atacar frontalmente os Ministros do Supremo Tribunal Federal, por meio de diversas ameaças e ofensas à honra, expressamente propaga a adoção de medidas antidemocráticas contra o Supremo Tribunal Federal, defendendo o AI-5; inclusive com a substituição imediata de todos os Ministros, bem como instigando a adoção de medidas violentas contra a vida e segurança dos mesmos, em clara afronta aos princípios democráticos, republicanos e da separação de poderes.”
Portanto, trata-se uma prisão de ofício do STF, ou seja, decretada pelo relator do inquérito, ministro Alexandre Moraes, sem qual manifestação prévia, seja da Polícia Federal ou da Procuradoria Geral da República. (+1789 palavras, Hora do Povo)