Santos: minha escolha de vida na aposentadoria

Há uma ligação pré-natal: meus avós e pais aqui aportaram vindo da Europa e, estabelecidos na capital, tinham Santos por sua praia, hospedados pelos Brickmann no José Menino. Nos anos 1950, consorciaram-se com outros imigrados do Bom Retiro para construir o Edifício Porto, na Alexandre Martins.

Eu mesmo frequento a praia de Santos desde que sai do berço, primeiro em frente ao Posto 6, surfando com o Dado, e depois no Canal 5, onde o Vicente tinha a sua barraca de madeira e os cocos gelados. No ginásio, tínhamos uma colega caiçara, a quem, indiretamente, devo o meu apreço à língua portuguesa falada no Brasil: o professor explicava os pronomes e a correção do uso do “tu” na segunda pessoa, “mas não como se diz em Santos”, fixava ele.

Se, de um lado, os estudos e o trabalho hegemonicamente foram feitos em São Paulo, com a honrosa exceção universitária em São Carlos, na engenharia da USP, nossa praia sempre foi a da foto acima. Entre muitas histórias, estive com Beno na inauguração do primeiro cinema com ar condicionado, na Vicente de Carvalho quase com a Conselheiro Nébias; assistimos três sessões seguidas de “O Asno de Ouro”, não pela qualidade da obra, mas pelo calor que fazia naquela tarde.

Cumprida a jornada laboral de dever – ela continua com a direção partidária, sindical e cultural, além deste blogue – fincamos pé a sudeste da Ilha Encantada. De minha parte, transferi o título de eleitor para Santos em 2019, afinal moramos onde votamos para prefeito.

Este ano comemoramos o aniversário nº 475 cada um no seu canto, para que ano que vem, todo mundo vacinado, possamos voltar em massa à praia como foi com Zeca Pagodinho e Melim em 2020. E sentar na areia ao cair da tarde para finalmente ler “A ‘Moscouzinha’ Brasileira”.

E por que Santos, dentre tantos destinos desta terra brasilis? A essa altura, leitor, já acho que tu sabe.

Nossas homenagens aos ilustres filhos na história pelo aniversário da Ilha Encantada.

Conheça nossos escritos regionais em Brasil por Iso Sendacz.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, conselheiro da Casa do Povo, EngD, CNTU e Aguaviva, membro da direção estadual paulista do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.

3 comentários em “Santos: minha escolha de vida na aposentadoria

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

%d blogueiros gostam disto: