Quando a 1º de Outubro de 1949 Mao Tsé Tung proclamava a República Popular da China, poucos imaginavam-lhe o brilho que hoje alcançam as suas cinco estrelas.
Já havíamos falado do mundo do trabalho, do planejamento estatal e dos resultados econômicos e sociais alcançados pelos chineses. Assistimos, inclusive, a celebração à amizade sino-brasileira promovida pela embaixada chinesa no Brasil, Unidos pelo Futuro.
Mas foi inédita a apresentação da ópera chinesa de 1965 que nos trouxe a União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo, O Oriente é Vermelho. Com centenas de atores, cantores, instrumentistas e bailarinos, a obra de Wang Ping conta a sofrida e heroica história da China no período compreendido entre o massacre de Xangai e a fundação da República, passando pela construção do Partido Comunista e do Exército Vermelho, a Grande Marcha, a expulsão do invasor japonês e a vitória sobre o Kuomitang entreguista.
Precedeu a exibição da rara peça um rico debate coordenado por Lucas Chen, presidente da UMES-SP e ele próprio filho de imigrante chinês.
Sejamos tudo … oh, produtores
O que a China fez nestas sete décadas para aproximar sua gente do “tudo” cantado na Internacional que fechou o espetáculo é bem conhecido, mas não custa recordar. A maior de suas realizações foi extirpar a miséria medieval ao elevar o país à condição de maior economia do mundo e os salários sempre acima dos ganhos de produtividade do trabalho.
Ainda em 1980 o PIB chinês era uma fração do brasileiro, mas taxas médias de 8% até 2008 e 6% de lá para cá o colocou acima dos hoje decadentes países hegemônicos. Dizem alguns que foi o “mercado” que permitiu esse acelerado crescimento, mas é fácil ver o papel que o Estado cumpriu no processo: no mundo, os países cuja economia é de mercado a produção aumenta pouco mais que a população, uns 2% ao ano. E a diferença?
Não está tudo resolvido por lá. O domínio das novas tecnologias de informação e comunicação está em curso, bem como muitos dos componentes dos aparatos eletrônicos, de uso civil e militar, ainda são importados dos Estados Unidos e outros países. Mas a disciplina do povo chinês aponta para uma solução pacífica dessa questão, cidades inteligentes, com energia limpa e serviços públicos cem por cento digitais já são experimentos por lá, assim como a vacina contra o coronavírus.
Todos os participantes do encontro saudaram a generosidade e a hospitalidade dos chineses, que compartilham seu milenar aprendizado com o resto do mundo. Lições que chamaram os estudantes paulistanos a conhecer, para construir um Brasil pensado com a nossa própria cabeça.
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