Sim, cabe ao professor da UNB José Luis Oreiro explicar em detalhes, como o fez ontem, a segunda notícia mais desastrosa do Brasil – a primeira é a triste realidade pandêmica, com mais de 120 vidas precocemente encerradas. Bola cantada.
Mas não podemos deixar de relembrar que o Ministro da Economia, no início de março, havia previsto o “pior cenário” econômico deste ano como crescimento de 1% e apostava em alta de 1,8%.
Só não foi pior em razão de o Congresso Nacional ter majorado o auxílio emergencial, que ele propunha R$ 200 mensais.
Os dois últimos afastamentos presidenciais sucederam à queda do PIB de 4,5% em um ano, no caso mais antigo, e dois resultados negativos sucessivos superiores a 3%, há poucos anos, mas essa já é uma outra história.
José Luis Oreiro*
Os números divulgados hoje (01/09) pelo IBGE para o PIB do segundo trimestre de 2020 mostram a maior queda da série histórica iniciada desde 1996, uma retração de 9,6% com respeito ao primeiro trimestre do ano. O crescimento do primeiro trimestre foi também revisado para baixo, ao invés de uma queda de 1,5% contra o último trimestre de 2019; os dados do IBGE apontam para uma queda de 2,5%. Considerando que as medidas de distanciamento social começaram a ser adotadas a partir de meados de março de 2020; cai definitivamente por terra a narrativa do Ministro da Economia Paulo Guedes de que a pandemia do coronavírus abateu a economia brasileira quando esta iniciava um robusto processo de crescimento. Nada mais longe da verdade: a economia estava em franco processo de desaceleração antes da chegada do coronavirus. Dado o crescimento medíocre observado no período 2017-2019, a conclusão…
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