Educassão?

Charge das redes sociais

Nos tempos do cartão perfurado, havia uma anedota que, se contada em público, podia até render um processo pela Lei de Segurança Nacional. Era um tempo em que os criadores do Google provavelmente ainda não tinham dado seus primeiros passos.

Resolveram usar as então modernas técnicas computacionais para escolher o presidente da República. “Precisa ser general”, perguntaram, e veio uma lista com duas páginas; “precisa ser linha dura”, ao que retornou uma folha zebrada ainda com 15 nomes. Por fim, apresentaram um critério final: “precisa ser honesto”, ao que o computador respondeu: “honesto não tem, só Ernesto”.

Lembro disso em razão do aparente processo seletivo ao Ministério da Educação. Claro, há que se dar um desconto, pois gente sabida muito dificilmente entraria na lista de candidatos no governo atual. Mas daí a ter um sujeito que sai do país com imunidade falsa e, mesmo tendo ido aos EUA de avião, não desmente sua aula de terra plana, vai distância grande.

O candidato a sucessor, que teve a nomeação suspensa pela Justiça, apresentou currículo adequado ao cargo. Se alguma ilusão havia, bastou um momento para que os documentos acadêmicos fossem desmentidos pelos dirigentes escolares no exterior. Coisa que outros titulares de Ministério já haviam sido flagrados fazendo.

Paródia das redes sociais

Muito do aprendizado vem do exemplo dos mais velhos, que não é bom do funcionário sondado por Bolsonaro. O dono da segunda maior rede privada de educação do mundo, segundo me contou um fã seu, no início do seu empreendimento usava propostas de consultoria para se apropriar gratuitamente de ideias que permitissem organizar melhor aquele que se tornou um lucrativo negócio seu.

Os efeitos sobre as jovens mentes sob gente dessa estirpe podem ser deletérios, se a ciência e a pedagogia não oferecerem resistência, como têm feito dentro das condições possíveis.

A responsabilidade de formar brasileiros sabedores das verdades da vida não pode ser elidida por um ministro qualquer.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, conselheiro da Casa do Povo, EngD, CNTU e Aguaviva, membro da direção estadual paulista do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.

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