Mi Buenos Aires…

Encarícia mi sueño

Un suave murmúlio de tu suspirar

Como rie la vida

Quando tus ojos negros me quieren mirar

Quando o cônsul cubano me acusou falar o castelhano com sotaque portenho, logo me declarei culpado.

Com treze anos, Frida e Angel Jakubowicz, de visita a São Paulo, levaram-me pela primeira vez a Buenos Aires, para conhecer aqueles que são meus irmãos para sempre, Claudio, Patrícia e Diego. A casa da Calle Franco, com vista para a General Paz, na confluência da Av. San Martin, era como um segundo lar para mim.

Estive lá umas tantas vezes, conheci a cidade quando não faltava carne nem vinho em nenhuma casa argentina. E talvez por isso mesmo podíamos transcorrer a Corrientes altas horas do Centro à Chacarita sem nos sentirmos inseguros.

Nunca faltou, em todas as vezes, o quarto de pollo com fideos!

Ir ao Pippo tornou-se marca registrada da minha identidade bonairense.

Angel, o Polaco, e seus filhos eram todos Chacarita, já Frida Stawski era de River. Como bom corintiano, aficcionei-me ao Gymnasia de La Plata e estive uma vez em cada um dos grandes estádios: primeiro no Monumental para Boca x River e depois, sem um tostão no bolso, na Bombonera com os de Chacarita para ver a segunda vitória do Boca ao vivo. Antes ainda de Maradona.

Dessas coincidências da vida, minha Edna Maria Rossetto Sendacz é da cidade-irmã da capital argentina: na língua tupi-guarani pronuncia-se Botucatu. Com ela estivemos por lá e uma vez em Bariloche, junto com centenas, talvez milhares de egressados do ensino médio. O sentido de Pátria daqueles jovens escolhendo um paradeiro nacional para juntos comemorarem sua formação muito me impressionou. Os cerros e o Bosque dos Arrayanes também, é claro.

Desde antes da primeira viagem já gostava da soneca de depois do almoço. Mas lá o hábito era levado muito a sério: o comércio fechava para o almoço e só retornava as quatro da tarde.

Não, não sei dançar o tango nem tocar acordeão, mas sempre admirei a arte dessa música. O que guardo até hoje é o gosto pelo mate. A cuia e o canudo de prata compartilhado em roda ao entardecer. Não sou bom na culinária, sequer para preparar o chimarrão. Mas sempre que estou com argentinos e gaúchos me inscrevo para uma ou mais rodadas.

É claro que tem muito mais, o campeonato infantil de hoquei sobre patins em Peru Beach, a visita a Mar del Plata, o sumiço do jamon crudo e outras histórias, que a um tempo vamos resgatando.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, conselheiro da Casa do Povo, EngD, CNTU e Aguaviva, membro da direção estadual paulista do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.

6 comentários em “Mi Buenos Aires…

  1. A memória escrita nos faz relembrar fotograficamente os lugares por onde estivemos e, aguça a imaginação de quem por lá não viveu tais momentos.

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  2. Querido” IRMAO”. Muito obrigo pelo escrito, pelo sentido, vc e tuda sua familia saibe q pra nois, os Jakubowicz( asim é q se escreve) adoramos e amamos q tudos vosotros visitenos. Nosa casa e sua casa.
    Abraço pra tudos por lá.
    Saudades

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  3. GRACIAS MUCHAS GRACIAS ISO POR ESOS MARAVILLOSOS RECUERDOS NUNCA PENSE QUE UNA FAMILIA DE BRASIL IBA A SER UNA DE LAS COSAS MAS HERMOSAS DE MI VIDA LOS LLEVO EN MI CORAZON SON MI FAMILIA BESOS Y UN FUERTE ABRAZO A LA DISTANCIA SE PUEDE EL COVID LO PERMITE

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