
O Auditório Paulo Kobayashi, na Assembleia Legislativa de São Paulo, ficou lotado na tarde de ontem ao receber representantes de 8 centrais sindicais e dezenas de categorias de servidores públicos federais, estaduais e municipais para debate o desmonte do Estado brasileiro e suas consequências para a sociedade.
O encontro estava originalmente programado para acontecer no Sindicato dos Engenheiros, mas o novo ataque aos salários dos servidores paulistas fez move-lo diretamente para a Alesp, onde momentos mais tarde os deputados votariam o aumento das alíquotas previdenciárias, que mais não fazem que retirar um pedaço do pão que cada médico, professor, engenheiro ou escrevente leva para casa após um dia de intenso trabalho.
O Ato começou com rápida exposição por parte do Dieese sobre a politica de “voucherização” do atendimento social devido pelo Estado. Saúde e Educação, por exemplo, seriam alvos de privatização nesses moldes.

No Chile e nos EUA funciona assim: grandes grupos empresariais oferecem a maioria das salas de aula e leitos hospitalares à população. Os que não podem pagar as mensalidades dos planos de saúde e das escolas particulares recebem do Estado um “voucher” para usar uma variante popular, de menor qualidade e com menos recursos, do mesmo serviço privado.
A redução de custos com o enxugamento do Estado é apenas uma ponta de iceberg nas possibilidades financeiras do negócio com o bem público: paga-se mais juros mas, no essencial, abre-se um mercado privado imenso para extrair o suor do fronte dos brasileiros. O SUS, por exemplo, é o maior comprador de remédios do planeta.

Os riscos de desatendimento a quem mais precisa são elevados. A resposta em defesa do serviço público está sendo construída, como já o fazem os petroleiros em defesa da propriedade nacional do nosso petróleo.