Fim da República?

O Excelentíssimo Senhor Deputado Federal Luiz Philippe de Orléans e Bragança declarou que Jair Bolsonaro talvez seja o último Presidente da República Federativa do Brasil. Já o Chefe de Estado retribuiu com loas de preferência pelo “Príncipe” em vez “desse Mourão aí”.

As práticas pouco republicanas do ocupante nº 38 da cadeira inaugurada em 1889 pelo Marechal Deodoro da Fonseca vieram a conta gotas no primeiro ano do governo do Capitão Messias. Durante as comemorações da Independência, circulou com ele no carro presidencial um dos seus filhos, não infante nem representante de Poder estatal.

Deodoro da Fonseca,
1º Presidente do Brasil
São Vicente

Já neste ano de 2020 a Deputada Federal Rosana Valle anunciou a reabertura ao pleno tráfego de veículos sobre a Ponte dos Barreiros, cuja obra restauradora contou com recursos do governo federal.

O Presidente não atendeu ao convite para a reinauguração, em razão de compromissos mais discretos nas cidades vizinhas. Não obstante, fez-se representar, mas não pelo Ministro do Desenvolvimento Regional ou outra autoridade do governo federal, e sim pelo seu irmão, que ao lado da Deputada talvez tenha percebido o desconforto de populares com a anteriormente anunciada visita presidencial.

A substituição de autoridades reconhecidas em lei por parentes é singelo fato que indica pouco cuidado com a rês pública. Daí a escolher um racista para a Fundação Palmares e um nazista para a Secretaria da Cultura não vai grande distância.

Em um dos dois plebiscito dos tempos recentes – o outro foi sobre o desarmamento – o presidencialismo foi escolhido pelos eleitores por larga margem, em detrimento do parlamentarismo e, mais amplamente, da monarquia.

O que, evidentemente, não significa qualquer aceitação popular de manifestações que vão maculando a República Federativa do Brasil. Menos ainda quando atacam o caráter democrático da nossa sociedade.

Como já dissemos em Por que lutamos?, mas nunca é demais recordar: fascismo não se tolera, combate-se em qualquer lugar que surja.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, conselheiro da Casa do Povo, EngD, CNTU e Aguaviva, membro da direção estadual paulista do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.

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