Diversificação energética e o desenvolvimento econômico e social

A Live do João da Fundação Maurício Grabois trouxe à mesa Allan Kardec Barros e Magda Chambriard, ambos professores de universidades brasileiras e outrora ligados à Agência Nacional de Petróleo (ANP), para conversar sobre os desafios trazidos pela transição energética ao desenvolvimento do Brasil.

Kardec situou a questão em tela em cenário internacional em que as grandes empresas de informação substituiram as petroleiras no topo das listas de bolsa de valores. E estimou que já em 2030 a inteligência artificial poderá consumir tanta energia quanto o planeta consome nos dias de hoje.

O professor prefere o conceito de diversificação energética ao de transição, vez que as fontes de energia dominadas pela humanidade tem tido uso crescente ou estável – mesmo a lenha.

Sobre o país, destacou a posição ímpar no planeta em termos de diversificação energética: cerca da metade da matriz brasileira é de baixo carbono, incluindo aí o etanol e a hidroeletricidade.

O petróleo tem e terá por longo período papel importante na matriz energética global, vez que o transporte responde por um terço do consumo total. E o Brasil tem uma oportunidade de ampliar a extração do mineral na margem equatorial. Se bem conduzido o processo pela Petrobras, o feito pode ajudar a elevar o PIB da região amazônica e reduzir desigualdades regionais e sociais.

A professora Magda associou consumo de energia à riqueza: os EUA avançam a exportador de petróleo, a África também avança e o Brasil encontra-se estagnado. Os investimentos do país face à transição energética são muito pequenos, e tendem a imprimir baixa velocidade para o desenvolvimento nacional.

Ela lembrou do sucesso do etanol, de início criticado, mas que hoje faz rodar uma imensa frota automobilística e é distribuído em todo o país. A eletromobilidade, hoje palavra da moda, carece ainda de uma rede de distribuição capaz de prover a recarga das baterias, cuja duração é ainda bastante limitada.

No curto prazo, o petróleo é a fonte mais segura e barata; e a margem equatorial é a sucessora do pressal na expansão da petroleira nacional, concluiu.

Acompanhe as imagens das apresentações de Allan Kardec e Magda Chambriard.

A Live do João vai ao ar todas as terças-feiras, às 19 horas, na TV Grabois.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, diretor do Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo, conselheiro da Casa do Povo, EngD, CNTU e Aguaviva, membro da direção estadual paulista do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.

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