Para incrementar o capital, a par da pesquisa científica, é preciso produzir mais e mais eficientes meios de produção. Ou seja, trabalhar. A titularidade do resultado da produção que não será imediatamente consumido – bens de capital, no linguajar capitalista – ser privada ou social é o que determina o tipo de relações de produção hegemônicas entre os indivíduos.
Dessa forma, quanto menor o IFC, mais próximo das relações socialistas e vice-e-versa.
A redução da desigualdade renda ao nível da necessidade individual depende, além de um IFC tendente a zero, da abundância de meios de produção e consumo e, principalmente, da consciência dos produtores.

Nota: O gráfico mostra no eixo horizontal a desigualdade composicional e no eixo vertical a medida padrão da desigualdade de renda interpessoal (coeficiente de Gini). Os países nórdicos (Finlândia, Suécia, Noruega e Dinamarca) estão marcados em vermelho.

Marco Ranaldi & Branko Milanovic (VoxEU, 03 December 2020) escreveram importante artigo sobre desigualdade. Compartilho abaixo.
Níveis semelhantes de desigualdade de renda podem ser caracterizados por distribuições completamente diferentes de capital e trabalho. As pessoas pertencentes ao decil de renda mais alta nos Estados Unidos, antes da Segunda Guerra Mundial, recebiam principalmente rendas de capital, enquanto em 2010 as pessoas no decil mais alto ganhavam altas rendas de trabalho e capital (Piketty 2014). No entanto, a diferença em suas participações de renda total era pequena.
Diferentes distribuições de capital e trabalho descrevem diferentes sistemas econômicos. Dois sistemas polares são particularmente relevantes. No capitalismo clássico — explícito nos escritos de Ricardo (1994…
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2 comentários em “Variedades de Capitalismo e Desigualdade de Renda”