Acaso o Brasil é uma colônia penal?

Quando pela primeira vez em quarenta a exportação de produtos básicos, de baixo valor agregado, supera as vendas ao exterior de manufaturados, temos com que se preocupar, não comemorar, mais ainda considerando que todos os setores encolheram em 2019.

A primazia dos setores agropecuário e extrativista na nossa pauta de exportações, especialmente em relação à produção da indústria nacional traduz um quadro de empregos de baixa qualificação e renda, combinados com uma preferência, daqueles que se dizem empreendedores, pelos ganhos fáceis do mercado financeiro.

Não é a toa que o gigante chinês de máquinas de infraestrutura chega ao Brasil não para instalar uma fábrica, nem sequer uma montadora de peças importadas de sua matriz, mas para abrir um banco. Não há que critica-los, eles estão cuidando dos interesses chineses.

Temos, e não é de hoje, governos que sequer pensam em impor condições ao uso do nosso território e da nossa mão-de-obra, pelo contrário, procuram franquear ao máximo aquilo que é nosso para bem servir ao estrangeiro. Não é por outro motivo que uma certa GlobalCapital elege o sr. Paulo Guedes, Ministro da Economia, como o melhor do mundo. O mais subserviente e antinacional entre todos da periferia global.

Por que seria mais importante importar do que fazer? E por que preferir a instalação de novos bancos a indústrias?

A resposta é simples: governantes de diversos discursos e práticas igualmente duvidosas parecem insistir no papel do capacho, o tapete à nossa porta destinado a limpar a sujeira das botas do visitante, antes de ele se acomodar na nossa casa.

Por cinquenta anos a economia brasileira cresceu em média 7% ao ano, baseada em um Estado nacional conduzindo uma política industrializante, melhorando os termos internacionais de troca a favor dos brasileiros e reduzindo a dependência externa do nosso país e da nossa gente.

Estamos diante de uma bifurcação vertical. Não há qualquer motivo honrado para escolhermos a rampa descendente.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, conselheiro da Casa do Povo, EngD, CNTU e Aguaviva, membro da direção estadual paulista do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.

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