IA-cracia

O negócio das empesas gigantes de tecnologia tem por base a manutenção dos internautas o máximo possível nas suas plataformas, recebendo contínuos conteúdos que seus computadores avaliam como de interesse para cada freguês. Assim, os produtores de mercadorias e prestadores de serviços pagam para fazer chegar chegar os seus anúncios aos interessados e geram a multibilionária renda de Big Techs como o Google, a Meta e a Microsoft, entre outras.

As ameaças à humanidade do modelo são objeto de estudo de Ergon Cugler em seu livro IA-cracia, como enfrentar a ditadura das Big Techs.

A captura de dados sobre as atividades e desejos das pessoas ocorre durante a própria navegação na plataforma, mas não só nela. Uma razão a mais para procurar fazer aumentar a permanência na rede, retroalimentadora dos lucros do negócio. É com essa massa de informações que os conteúdos são microssegmentados para pequenos grupos de usuários, procurando tornar agradável o tempo online e também vendendo outros produtos ao consumidor que ali está.

Nem toda a informação oferecida, no entanto, é verdadeira. Muitas ilusões e fórmulas mágicas são oferecidas por produtores de conteúdo que caem no gosto das máquinas da inteligência artificial. Parte delas atenta contra a democracia, outra contra a própria vida. Umas fomentam o ódio contra o semelhante, outras prometem cura de doenças reais com remédios falsos.

O livro é pleno de exemplos de todas essas práticas, bem conhecidos pela maioria de nós, os sapiens. E aponta caminhos de regulação desses mercados globais que permitam preservar a vida em sociedade, sem ferir a liberdade de expressão. É a gestora brasileira da internet, Renata Mielli, quem o apresenta em posfácio:

Ergon Cugler é um jovem pesquisador que possui capacidade ímpar de observar os acontecimentos e transformá-los em objeto de estudo e reflexão de maneira rápida. Em tempos acelerados, essa é uma qualidade importante para contribuir com a discussão crítica sobre os impactos das tecnologias prevasivas e distruptivas, como a Inteligência Artificial, estão provocando na sociedade.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, diretor do Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo e da Engenharia pela Democracia, conselheiro da Casa do Povo, Sinal, CNTU e Aguaviva, membro do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.

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